Triunfo do FC Vizela merecia mais golos

Na receção ao Arões, o FC Vizela venceu por uma margem tangencial (1-0), contudo desperdiçou várias situações, algumas delas flagrantes, para poder alcançar um resultado bem mais volumoso e condizente com a sua produção ofensiva.

Mais que motivados pelos 4 triunfos anteriores (dois para o campeonato e outros tantos para a Taça de Portugal), os vizelenses pretendiam consolidar o estatuto de líderes de uma prova bem competitiva e na qual o mínimo deslize pode trazer consequências desagradáveis.

Nesse sentido, o conjunto de Carlos Cunha, que sofreu uma contrariedade mesmo à entrada para o jogo (Mércio lesionou-se durante os exercícios de aquecimento), procurou realizar uma exibição competente, até porque sabia-se que este Arões iria trazer garra e capacidade de luta.

Rapidamente, os vizelenses assumiram as despesas do encontro, remetendo o seu adversário à sua retaguarda. O perigo também começou a rondar a baliza de Paulo Freitas (guarda-redes que, em 2010/11, representou o FC Vizela).

Aos 11’, Cann deu o primeiro aviso ao disparar de fora da área ligeiramente ao lado. Seguiu-se o colega Carlos Fortes, protagonista de um desvio de cabeça a uma bola cruzada por Nera.

Um minuto antes, ficou a ideia de que Carlos Fortes foi carregado em falta por Rui Rampa já dentro da área, quando se preparava para atirar à baliza aronense.

Como é costume dizer-se, à terceira foi mesmo de vez e Carlos Fortes, superiormente solicitado por André Pinto, demonstrou a frieza necessária para abrir o marcador.

Estavam cumpridos 24’ e muitos pensaram ser este o clique para a construção de um triunfo folgado, atendendo, claro está, à forte tendência de jogo para o lado azul e branco.

Porém, esta boa finalização de Carlos Fortes não deu origem às “réplicas” desejadas. Aos 37’, o mesmo jogador desperdiçou o 2-0 de forma incrível. Tudo bem feito na forma como André Pinto lançou o colega em profundidade, mas este, na cara de Paulo Freitas, não conseguiu bisar.

Praticamente de rajada, Carlos Fortes, mais uma vez, procurou enquadrar-se com a baliza e o seu remate saiu rasteiro ao lado. Muito tentou o “camisola 90”, diga-se em abono da verdade.

O sucessivo adiamento do golo da tranquilidade acabou por trazer alguma instabilidade à equipa vizelense. Os instantes finais do primeiro tempo demonstraram isso mesmo com os primeiros rasgos de atrevimento por parte do Arões.

Aos 41’, Gil conduziu o esférico sob o lado esquerdo em contragolpe e cruzou para o coração da área onde João Cunha surgiu a limpar o lance, cedendo canto. Pouco depois, Fausto, descaído sobre a faixa direita, levou a bola a sair muito perto do travessão.

À entrada para a etapa complementar, aos 53’, o Arões assustou novamente numa jogada que envolveu dois jogadores com passagem pelas camadas jovens do FC Vizela. Seba apareceu fulgurante a desviar ao primeiro poste uma bola cruzada por Gutti. Valeu Pedro Albergaria.

Mais tarde, aos 59’, nova jogada pelo corredor direito a resultar num subtil desvio de Fred Lopes ao primeiro poste. Desta vez, o esférico saiu ao lado.

Entretanto, Carlos Cunha refrescou a sua linha ofensiva ao lançar Panin e Correia, contudo os vizelenses só voltaram a rondar a baliza do Arões na reta final do encontro.

Aos 80’, Panin assistiu André Pinto para um remate perigoso, naquela que, de resto, foi uma das mais bonitas jogadas do desafio. Logo a seguir, foi a vez de Felipe Augusto servir Panin, mas este não acertou com o alvo quando tinha a baliza completamente à sua mercê.

Em busca do tento da tão ansiada tranquilidade, o FC Vizela não encontrou a calma suficiente nos seus jogadores para o fazer e os instantes finais não deixaram ninguém sentado.

Aos 86’, Panin desferiu o remate e viu a bola tirar tinta ao poste esquerdo da baliza aronense; aos 90’, um livre frontal favorável ao Arões colocou a respiração dos adeptos em suspenso, mas Pedro Albergaria esticou-se no solo para defender a cobrança de André Gémeo.

Em cima do derradeiro minuto de compensação, Panin correu meio-campo isolado, mas não conseguiu desfeitear Paulo Freitas.

Apesar da magreza do resultado, este não sofre qualquer contestação. O FC Vizela continua a somar importantes pontos e isso traduz-se numa liderança isolada. Além disso, os azuis e brancos prosseguem invictos esta época e registam o melhor desempenho defensivo da Série A.

Segue-se uma tradicionalmente complicada visita a Mirandela. O duelo com transmontanos está agendado para as 15:00 horas do próximo domingo, dia 29 de Outubro.

 

FICHA DE JOGO

Local: Estádio do FC Vizela (Vizela)

Árbitro: Fábio Nunes (AF Viana do Castelo)

Assistentes: Wilson Alves e Rui Pinto

FC VIZELA: Pedro Albergaria; João Pedro, Miguel Oliveira (C), João Cunha e Nera; Evrard, André Pinto e João Oliveira (Joni, 78’); Felipe Augusto, Carlos Fortes (Correia, 65’) e Cann (Panin, 56’).

Suplentes não utilizados: Rafa, Amian, Mércio e Dani.

Treinador: Carlos Cunha

ARÕES SC: Paulo Freitas; Marquinhos, Rui Rampa, Emanuel e Zezinho (C); Gutti, Bruno Barbosa e Fred Lopes (André Gémeo, 65’); Fausto (Pedro Silva, 56’), Seba e Gil (Renan, 75’).

Suplentes não utilizados: Rui Lopes, Lapinha, Pato e Zé Pedro.

Treinador: Eduardo Pereira

Golo: Carlos Fortes (24’).

Cartões Amarelos: João Pedro (26’), André Pinto (68’), Marquinhos (77’) e André Gémeo (86’).